
O homem procura transcender seus limites de permanência pela constituição de heranças capazes de indicar a seus pósteros suas inquietações, mesmo depois de cessada a vida como acontecimento biológico.
Cada um de nós é um ponto de passagem do universo e porta de entrada para outros universos paralelos, à espera de descoberta. Por nós transitam legados inimagináveis. Alguns são apropriados, outros passam ao largo, sem que isso signifique a existência de uma hierarquia de valores, mas, apenas, de circunstancias que permitiram − ou não − o seu acolhimento. Transformam-nos e assumem um papel reorientador em nossa vida. Mudam o curso de nossas condutas e a trajetória de nossos trabalhos.
Iremos construir novos acervos, potencialmente capazes de produzir toques fundamentais em outros espíritos. Seremos mais ou menos importantes, mas todos significaremos cintilações que irão induzir a mudanças, a serem percebidas em diferentes escalas de iluminação”.
Luiz Humberto, Fotografia, a Poética do Banal.